Religiões dos Mistérios - Mistérios Orientais
Embora tenham existido várias Religiões ou Cultos dos Mistérios, todas elas têm origem nos cultos religiosos do neolítico, nomeadamente nos cultos da mãe-terra e cultos da fertilidade. Os cultos mistéricos podem ser classificados em duas categorias: os Mistérios Gregos e os Mistérios Orientais.
Mistérios Orientais
Átis — Cibele
Átis – Cibele : designação lídio-frígia3 de uma divindade materna venerada na Ásia Menor desde o neolítico. Culto da vegetação na Grécia a partir do século VI a.C.. Átis, um deus frígio da vegetação e o companheiro masculino de Cibele, morre por auto-castração, mas continua a ser amante de Cibele. A partir de 204. a.C.: difusão do culto em Roma4, através do culto da auto-castração ou auto-mutilação. A partir do século II a.C.: taurobólio5, esperança de renascimento.
Adónis
Adónis6 foi morto por um javali no decorrer de uma caçada. Esconde-se durante metade do ano no mundo inferior e passa a outra metade na Terra, junto de sua mãe, Afrodite7.
Ísis — Osíris
Ísis é a deusa dos senhores e deusa-mãe. Osíris é o deus dos reis e dos mortos. Hórus é o filho de ambos. Osíris foi morto pelo seu irmão Set8 e Ísis ressuscita-o. Mudança de vegetação, esperança de vida no Além. Na Antiguidade Tardia: Ísis aparece como deusa universal, muito conhecida no império romano; na Grécia, Ísis e Osíris são equiparados a Deméter e Átis.
Mitra
Mitra é um deus indo-iraniano. Chegou à Ásia Menor através da Pérsia. Na época helenista pratica-se um culto mistérico dedicado a Mitra, constituindo uma forma de sincretismo greco-pérsico. Só existem provas da sua existência depois de 100 a.C.. A partir do século II d.C., foi divulgado no império romano por soldados e comerciantes9. Mitra alimenta-se de plantas. Rapta o touro celeste e mata-o, tornando-se o mediador de toda a fertilidade. Por fim, Mitra ascende ao Céu. O culto era reservado aos homens e notava a esperança de participação na ascensão ao Céu.
Notas
3. Lídia e Frígia
4. Magna Mater
5. matança do touro
6. provém da palavra semítico-fenícia “senhor”
7. relativo à mudança anual de vegetação
8. assassínio primordial, como o de Caim e Abel, ou como o de Marduk e Tiamat
9. culto muito enraizado no Portugal romanizado depois do século II, e antes das invasões bárbaras e do Cristianismo